O FEIUME
Na morte do lusco-lusco, ele emerge, com seus dentes de lâminas, pelo sujo de terra, inveja, sangue e algumas folhas de arbustos que prendem-se em suas aveludadas andanças no cosmo de uma alma. Olhos castanhos, mas não de madeira carvalho, e sim, dourado feito o doce mel. Quando ele resolve sair da penumbra para seus pelames dançarem com o brilho da lua; houve uma vítima, padecedor, sofrente. Ele ri da moral e zomba da ética, é o topo da cadeia alimentar, come tudo e todos.
Imagina eu, paralizado. O pavor descia feito atração de ima pela minha garganta, esôfago, nadava no meu sangue, crispou meu coração. Meu peito esbravejava, rápido, contínuo, linear, feito coração de beija-flor. Era eu, descolado do meu corpo, minha pele empalideceu-se, era eu, só posso acreditar que meus olhos mentem, mas esta fealdade embebida em empáfia era eu.
Eu sou o gozo do execrável.
– Pereira, O Pardo
Comentários
Postar um comentário