Espirais sobre véus de ametistas

 —


Espirais sobre véus de ametistas


Vejo espirais ocultas sobre véus,

Não via mais céus, talvez fossem presságios.

Mirais a névoas das espirais!

Tirei os véus como mantos e busquei ideais.

Encontrei abismos no fundo da descida.

Sobre precipícios, encontrava ferida,

Na descida da espiral, acabei entrando em torpor

Nos degraus, polidos a granada, mergulhavam

Como rios de amores que nunca havia intuído.


Quando me encontrei a pisar sobre a ágata,

Percebi espirais que me protegiam como ninfa.

Paredes douradas brilhando como astrais,

Passava meu dedo, tirei. 

Quase trouxe Mefistos a essa bela espiral,

Mas que já era meu inferno. Cogitava

Se ao chegar aos andares de malaquita

Tornaria-me mulher no meio do caminho,

Transformaria as moléculas, travestidas 

De átomos espúrios de identidade.


Encontrei-me em um degrau de ventre

Revestido por esmeraldas, fecundando

Angustias, quanto mais me aproximava do fim.

Quase quebrando os degraus frágeis como gesso,

Paredes de ametista pintavam os céus, embora

Estivesse cada vez mais profundo na espiral.

Pedras tomadas pela cidade.


Ao descer da espiral, vi uma poça d'água

Que refletia o topo, perfeitamente, conseguia

Ver todas as pedras brilhando, queimando

Meu coração, ardia. Agora já estou aqui,

Obtive a matemática a medicina e a metafísica.

Derretia-me na pequena poça, em forma espiral,

Abri outra abaixo d'água.


Senti-me perdido novamente —

Profundamente observei, e


N.T Schreiner

01/06/25

Comentários

Postagens mais visitadas